O programa de extensão “Cientista por um dia” está em andamento desde o ano de 2017, e já recebeu nos laboratórios da Unifesp, campus Diadema, mais de 3600 alunos e 170 professores da educação básica. Partindo-se do pressuposto de que as atividades extensionistas constituem-se espaços de socialização e troca de saberes entre a Universidade e a sociedade, espera-se contribuir tanto com a comunidade participante ao oportunizando experiências práticas para alunos que muitas vezes não possuem laboratórios em suas escolas, quanto com a formação dos licenciandos que terão oportunidade de refletir sobre práticas pedagógicas em situações reais de ensino.
Nesse sentido, as diretrizes para desenvolvimento e execução da presente proposta apresentada têm como alicerce as seguintes diretrizes:
interação dialógica – que visa superar o discurso hegemônico universitário e permite a abertura para consideração e troca de saberes, permitindo a produção de novos conhecimentos em interação com a sociedade que considere de que modo articulam-se conhecimentos científicos e conhecimentos cotidianos na elaboração de conhecimentos químicos escolares;
interdisciplinaridade e interprofissionalidade – que busca imprimir nas ações de ensino consistência teórica e prática por meio de alianças entre a universidade e as escolas de educação básica, considerando a pluralidade das áreas de conhecimento, modelos de ensino, saberes experenciais, visões de ciência, sociedade, professor e escola compartilhadas pelos sujeitos envolvidos;
indissociabilidade entre pesquisa-ensino-extensão – ao propor a unidades curriculares do curso de licenciatura em Ciências como espaço de elaboração de experimentos investigativos que comporão as atividades a serem desenvolvidas pelos estudantes de escola básica, bem como a possibilidade de pesquisa para reflexão das práticas formativas construídas nesse contexto, este projeto pode ser caracterizado como promotor da articulação da mencionada tríade. Isto porque, permitirá a produção, mais a diante, de conhecimento que será socializado via trabalhos de conclusão de curso, artigos acadêmicos e trabalhos para eventos científicos;
impacto na formação do estudante – considerando a meta 12 do Plano Nacional de Educação 2014-2024 que determina assegurar a garantia e valorização da extensão na formação superior, bem como a resolução nº 139 de outubro de 2017 da Unifesp, corrobora-se os pressupostos por ambas as normativas assumidos. Nesse sentido, é esperado propiciar aos futuros professores experiências que contribuam com um dos pontos que alicerçam a cultura de ensino superior assumida pela UNIFESP: “formar um profissional com um sólido domínio das teorias e ideias científicas e educacionais, de modo a ajudá-lo a adquirir uma visão de mundo que abarque sua complexidade. Busca-se que este compreenda a importância social de sua profissão, aliando-a a sua realização pessoal, no exercício e no desenvolvimento de sua carreira” (UNIFESP, 2019, p.25). Além disso, o discente está inserido em um ambiente onde há a formação da ciência experimental, podendo ele se articular com a pesquisa e trazer novos experimentos para compartilhar com seus pares e também com a comunidade externa;
impacto e transformação social – ao trazer alunos da educação básica para a universidade pública, espera-se que além da aprendizagem propiciada pelas atividades, eles possam apreender a importância social desse espaço por meio da interação com as pesquisas desenvolvidas pela instituição e os cursos ofertados. Espera-se também, que a universidade possa transformar-se, principalmente no que tange às experiências formativas aos pesquisadores e estudantes de licenciatura envolvidos no projeto.